Ainda
nesta década de decadentes
A
charrete atravessa a rua com galope.
E no meu
quarto ainda sinto seu cheiro
Perfumes
secretos, bosques de pinheiros.
Outrora
mesmo tanto nos amamos.
Do outro
lado da rua, um bonde avança.
O vento
é frio e sufoca o sonho
Deixando
somente vapores no ar.
II
Lembro
teu corpo todo pálido
Quadro
que meus olhos contemplavam
Vaga
memória desse amor esquálido
Que teu
cheiro não me deixa esquecer.
E como
esquecer teu amor jocoso
Teu seio
sagrado a me tocar
Forte
razão que prende meu gozo
Nesta
forte estação rigorosa.
III
Teu
corpo feito de sombras e sonho
E feito
todo como fosse feito a mim
E
fortemente eu então suponho
Ver
estrelas sobre teus cabelos.
E o
inverno se faz frio e fogo
Chama
que chispa sem cessar
Neblina,
neve na paisagem
E teu
corpo branco no meu anoitecer.
Filipe Didot
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