terça-feira, 31 de maio de 2016

Sobre os Poemas Proibidos





Escrever um blogue é como escrever um diário, pois dia após dia, alimentamos com nossos testemunhos, confissões, pensamentos, devaneios, deslumbramentos esse  suporte virtual de palavras que é o blogue. Poemas Proibidos é a ideia de um livro.  Tratam-se de poemas de cunho eróticos, burlescos, amorosos, às vezes sociais. Dessa forma deixo aqui meus testemunhos, confissões, pensamentos, devaneios, deslumbramentos, poemas, ficando a quem servir possa.

Wagner Alves Nascimento da Rosa

Sobre o heterônimo de

Filipe Didot




domingo, 8 de maio de 2016

Versos Misticos




Caia a manhã com seus orvalhos,
Por entre aquela floresta escura.
Quietas são sempre as sepulturas,
Esquecidas por entre o cascalho.

Perto de uma estrada do vale,
A floresta se faz em seu negrume.
Exalando seus mais torpes perfumes,
Como o perfume de um baile.

E na estrada, o cavaleiro a galope
Em busca da donzela adormecida.
Trazendo no peito um envelope,
De uma carta de amor recebida.

E a floresta vai fazendo o seu frescor,
Por entre a insólita floresta negra.
O cavaleiro vai além da vida
E o coração segue o seu tambor.

Filipe Didot,
Inverno de 2016

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Misticismo



Vagas visões místicas que irradiam
Teu corpo como sol, como sal
Como bruma branca que rutila
Aurora, alvorecer de um tempo.

Visões entre as visões que ilumina!
Teu corpo como areia e poente
Como templo de sacrário deus
Como calor da noite mais gélida.

Luz que estala, luz de estrela
Pétala de flor mais enrubescida
Teu corpo fátuo, teu corpo fogo
Teu corpo plácido de prazer.

Torrentes de gozo, amor lúgubre
Dança mística, música mágica
Sons suaves e trêmulos de orquestra
Vertiginosos sentidos que sentem.

Venéreas visões que lampejam
Visão de haxixe, e de ventura
Teu corpo como flor aberta
Descoberta em toda sua brancura.

Amando assim é que eu vejo
Tu calada, tu cálida, abrasada
Deitada de bruços. É formidável!
Teu amor como uma religião.

Filipe Didot





Convite Amoroso



Venha, vamos amar, ó amada
Que a vida não vale a tristeza
Teu sexo me santifica, sim, e
Existe pecado em amar assim¿
Vamos colher as flores do jardim.

Teu prazer me faz mais contente
Contento meu prazer incontido
Rompantes da juventude, um só coração
Quero gozar contigo em leito
E ver-te sorrir de satisfação.


Filipe Didot


Lírica do Líbido



Qual é a lírica da libido que tu mais gostas?
O sentir de quando em mim encostas
Nas tuas costas, ou mesmo no umbigo?
O teu umbigo, pequeno centro do mundo.

Qual é o beijo que mais te umedece a boca?
Quando minha boca sequiosa te tens
E tanto de amor assim se derramas
Será divino? Será a carne nosso prazer?

Sei que te amo e nosso amor transcende
Ver-te nua e núbil no quarto dançando
Queria prender-te nesses instantes
 E amar-te um pouco mais ou nunca mais.

Filipe Didot


Fogo Fugaz




Que chama é esta que é escassa
E toma a boca como um beijo?
Esvazia todo o vinho de uma taça
E possui o corpo como um desejo?

Que chama é esta que tudo almeja
A morte, a vida, tudo ou nada?
Parece estar sempre consternada
A tudo aquilo que ela deseja.

Que chama é essa que é devassa
E ganha o mundo como uma flor?
Há quem encontre nela toda graça,
Essa chama que se chama amor.

Filipe Didot


Canção de Inverno



Ainda nesta década de decadentes
A charrete atravessa a rua com galope.
E no meu quarto ainda sinto seu cheiro
Perfumes secretos, bosques de pinheiros.

Outrora mesmo tanto nos amamos.
Do outro lado da rua, um bonde avança.
O vento é frio e sufoca o sonho
Deixando somente vapores no ar.


                    II


Lembro teu corpo todo pálido
Quadro que meus olhos contemplavam
Vaga memória desse amor esquálido
Que teu cheiro não me deixa esquecer.

E como esquecer teu amor jocoso
Teu seio sagrado a me tocar
Forte razão que prende meu gozo
Nesta forte estação rigorosa.

                    III

Teu corpo feito de sombras e sonho
E feito todo como fosse feito a mim
E fortemente eu então suponho
Ver estrelas sobre teus cabelos.

E o inverno se faz frio e fogo
Chama que chispa sem cessar
Neblina, neve na paisagem
E teu corpo branco no meu anoitecer.

Filipe Didot


Flores Mortas

Escrevo em folhas mortas, ando em linhas tortas
Ê amor. Ê paixões, todas espelhadas em vaidade
Tudo torto até os ângulos retos do sexo sem lógica
Tudo torpor. Ê tédio. Vou dançar a mágica música
Quero o sabor dos corcéis no sono que mais vela
Ê sentidos. Quero a dor das paixões mais sentidas
O beijo na fronte, a boca aberta com a demência
Tudo é morto, tudo está morto por mais que viva
A carne viva no sabor do beijo que arrepia a nuca.
Ê dança. Ê vida. Uma enorme nua cova de enganos.



Pseudopoesia




Muitos autores escreveram com pseudônimos na história da poesia, Pablo Neruda era pseudônimo de Ricardo Eliecer Neftalí Reyes Basoalto.  Fernando Pessoa possuía pseudônimos e heterônimos para mais de 50. Escrever sobre um pseudônimo faz com que você autor se isente de ser o autor e dar a voz lírica ao outro. É uma persona poética que o autor cria para autoria da poesia criada. Escrevo sobre pseudônimos desde muito jovem. Escrevia quando mais novo, alguns poemas que dizia ser de Vallério Vilon, também  de Alves Rosa. Enfim, uma pseudopoesia sempre é livre em seu fazer.

Wagner Alves,
Inverno de 2016

Deslumbramento




É difícil decifrá-la, ó amada,
Um andar sobre as rosas, extenuante
Esses olhos cinzentos, a pele pálida
Sempre sóbria e tão distante.

Tens do leito toda a clareza
Cabelos caídos nos ombros
É da noite, ave de ígnea beleza
Meu espanto, meu desassombro.

Quando sinto-te, sempre admiro
As tuas faces sempre rubrantes
Também esse perfume que respiro
E esse corpo todo exuberante.

O teu andar é todo plangente
E quando te vejo sóbria e sozinha
Visão que aos olhos não mente
Quisera prender-te, ser minha.

O seu corpo é cheio de movimento
onda que quebra em meu sentir
meu amor, morte, e deslumbramento
beleza que irradia a pungir.

O seu rosto é alvo e feminino
Exercem no mundo todo mistério
E ao mesmo tempo todo fascínio
Tem a quietude de um cemitério

E tudo em ti atrai agudamente
E atrai na vil força do pensamento
As mãos de cetim, sonhos na mente
Brilho maior que o firmamento.

É difícil decifrá-la, ó amada,
Um andar sobre as rosas, extenuante
Esses olhos cinzentos, a pele pálida
Sempre sóbria e tão distante.


 Filipe Didot,
Outono de 2016

Água Noturna




Se me foges, eu não te encontro
No silêncio desse louco amor.
E mais te quero, e mais me espanto
Inquieto, melancólico de sua esquiva.

Se me chamas, eu mais te alcanço
Na chama fugaz de nosso amor.
Sentimento profundo, estrelas no alto
E tua boca gélida na minha boca.

E pela vida inteira vou a te amar
Tu me foges, eu te alcanço
Tu me chamas, e mais se derramas.
Puro amor, como água noturna.

Filipe Didot

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Poemas Proibidos



Em breve, lançamento do livro Poemas Proibidos, um apanhado de poemas eróticos, outros satíricos. Poemas que refletes de assuntos do senso comum, como é os assuntos da poesia. O autor reflete temas como a sexualidade, o amor, a morte, a paixão, o devaneio amoroso. O livro vocifera um erotismo e um modo de olhar sobre o mundo pálido como são os poemas do autor.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Símbolo



Se me amas, não pondera
pois tenho pavor da espera
do teu beijo langoroso.

sei como é gostoso o gozo
e gozado como ficas vermelha
quando sussurro-te ao pé da orelha.

tenho amor, paixão, toda ventura
de querer sentir o teu corpo
como meu simbolo da formosura.

Filipe Didot

domingo, 1 de maio de 2016

Lascívia






Laços lascivos em nossos lençóis
ó tu, minha lascívia,
tua pele quente, tua boca fria
lenço branco na noite é a lua
e somente uma estrela flutua
ao léu
no painel negro que é o céu.

Prendo-te diante meus braços
e entre os laços e enlaços, nós,
com alma doce nos amamos.

Lascivo desejo que prepondera!
o momento da noite que se faz fugaz
amanhã se te verei, eu não sei,
mas penso esse momento como eterno.

Filipe Didot